Colheita florestal: como fazer um planejamento eficiente?
Historicamente, a exploração e a colheita florestal no Brasil têm patamares elevados de produtividade, muito acima dos encontrados em outros países.
Grande parte dessa diferença se explica em função do clima tropical do nosso país. Com isso, além de produzirmos mais, produzimos mais rápido.
Para você ter uma ideia desse processo, um ciclo médio de eucalipto para celulose no Brasil, por exemplo, tem duração de 6 a 7 anos, enquanto na Europa o mesmo processo pode durar de 15 a 30 anos!
Apesar da vantagem produtiva intrínseca às condições edafoclimáticas brasileiras, novas condições de produtividade foram alcançadas com o desenvolvimento e adoção de novas tecnologias.
Ao final da década de 1960, equipamentos florestais importados, principalmente do continente europeu, passaram a ser utilizados no Brasil.
Desde então, a adaptação e evolução do maquinário florestal às condições nacionais, e sua adoção nas operações da colheita florestal foram lentas. Mas, nos últimos anos, o setor tem apresentado cada vez mais inovações e grandes avanços tecnológicos.
Motosserras mais leves e conjuntos de máquinas ergonômicas, que também proporcionaram menor compactação de solo e maior rendimento por hora, por exemplo, garantiram aumento nos resultados obtidos e na eficiência de trabalho, reduziram acidentes e ofereceram inúmeros outros benefícios.
No contexto de todos esses avanços, no entanto, é importante mencionar que nem sempre altíssimas produtividades correspondem a altas margens de lucro da atividade.
Então, como alinhar esses pontos relacionados a uma boa colheita florestal? Siga a leitura deste artigo e confira!
Como maximizar produtividade e lucro na colheita florestal?
Além de determinar a qualidade do produto final e dos próximos ciclos produtivos — padronização do comprimento de toras e de altura de cepas deixadas para rebrota, por exemplo —, as operações florestais de colheita, extração e transporte são as mais onerosas na produção e representam, em média, 50% do custo final da atividade desse setor.
Por isso, maximizar o lucro depende muito dos procedimentos realizados nessa fase e, consequentemente, das ações e decisões que os gestores realizam antes da entrada das máquinas no campo.
A correta alocação e distribuição de recursos, considerando a demanda da indústria e disponibilidade do campo, é condição chave que determina o sucesso da colheita florestal.
Ela, por sua vez, está associada à realização de um planejamento que defina tecnicamente planos e ações que deverão ser executados de forma coerente e eficiente, com riscos aceitáveis e calculados.
Dica! Não deixe de ler este artigo: “Logística Florestal: como ela impacta o meu negócio?”
Como fazer o planejamento da colheita florestal?
Tenha sempre em mente que planejar garante que seus resultados cheguem mais perto de suas metas!
Muitas vezes, os problemas observados nas operações florestais estão associados às falhas de gestão, tais como falta de conhecimento, realização inadequada de processos, sub ou superestimação de demandas logísticas e industriais, entre outros.
Por isso, o planejamento da colheita florestal deve engajar todos os setores da atividade florestal e considerar, por exemplo, fatores associados à demanda, disponibilidade de recursos, escalonamento de colheita e construção de estradas e pátios.
Como envolve muitos aspectos da produção, o planejamento da colheita pode ser classificado em três tipos: estratégico, gerencial e operacional.
Planejamento estratégico
Considerando o tempo e o dinheiro investido na produção, é mais do que notável a importância da colheita florestal.
Por isso, o planejamento estratégico acompanha todas as etapas da produção. Ele está associado a decisões de longo prazo, que envolvem grandes investimentos — como aquisição de terras, expansão da indústria e outras questões associadas à infraestrutura.
São os objetivos e metas da empresa que embasam as definições do planejamento estratégico.
Planejamento gerencial
Já o planejamento gerencial abarca atividades em médio prazo, muitas vezes associadas com o escalonamento e preparo da infraestrutura específica de colheita.
Esse tipo de planejamento considera a disponibilidade de talhões para corte, por exemplo:
- quais serão colhidos;
- qual volume devem entregar em função da demanda da indústria de transformação;
- quais sistemas de colheita serão utilizados;
- qual a necessidade de construção de estradas e rotas de extração da madeira, entre outros.
Planejamento operacional
Por fim, mas não menos importante, o planejamento operacional é realizado em período próximo à colheita efetiva e pode ser subdividido em macro e microplanejamento.
O macroplanejamento define a sequência de operações que serão realizadas, dimensiona os recursos físicos, determina a localização de pátios intermediários, as rotas ótimas de transporte e questões associadas.
Enquanto isso, o microplanejamento realiza definições importantes dentro do talhão: sentido de corte, distância ótima de extração e disposição das pilhas, por exemplo.
Com a elaboração desses níveis de planejamento, o produtor acaba conhecendo muito bem seus objetivos, seus recursos e os meios que ele dispõe para alcançar os resultados esperados.
Escalonar as áreas que serão colhidas em função da logística de extração e entrega do produto na indústria, bem como executar as atividades de forma ordenada e otimizada, sempre de maneira alinhada ao planejamento criado, são ações que garantem que o produtor obtenha resultados muito próximos aos ideais definidos por ele.
O que fazer após o planejamento?
Não adianta apenas planejar: é fundamental comparar o que foi planejado com o que foi realizado!
Além de planejar, controlar a execução das atividades e comparar seus resultados com aquele que foi traçado como ideal, cabe ao produtor ter o domínio sobre sua produção.
Esse comportamento permite a antecipação e a correção de possíveis falhas no sistema produtivo, antes que elas gerem prejuízos, assim como auxilia na identificação de atividades que podem ser otimizadas.
Apesar disso, a execução das atividades de acordo com o planejamento para a colheita florestal esbarra em outros dois pontos muito importantes, que devem ser superados para a maximização dos resultados da atividade florestal, que são:
- treinamento dos operadores;
- correta manutenção do maquinário.
Treinamento dos operadores
As máquinas utilizadas nas operações florestais não são baratas, representam o seu capital investido.
Por isso, os funcionários que irão operá-las no campo precisam conhecer muito bem sua mecânica e funcionamento, para que possam explorar todas as possibilidades que o maquinário florestal oferece — e para que isso seja feito da forma mais correta e eficiente possível.
Correta manutenção do maquinário
Já a realização de manutenções preventivas garantem que as máquinas estejam sempre com 100% de sua capacidade de produtividade e disponíveis, evitando perdas por pontualidade e prejuízos com manutenções corretivas.
Avaliando esses fatores em conjunto, funcionários inaptos para operar as máquinas no campo poderão provocar danos a esses equipamentos que exigirão manutenções corretivas por mau uso.
Isso, por sua vez, pode resultar em um maquinário florestal muito tempo parado na oficina. Também pode provocar perdas de produção pela falta de qualidade na operação dos equipamentos e na colheita das árvores.
Como comparar o planejado com o que foi realizado nas operações florestais?
A comparação entre o que foi planejado e o que foi realizado, deve ser feita enquanto a operação de colheita ainda está sendo realizada!
Com ou sem funcionários bem treinados e máquinas em perfeito estado, é importante que você controle e acompanhe a execução da colheita desde o primeiro dia.
Isso porque, o acompanhamento em tempo real permite identificar desvios em relação ao planejado e permite identificar, mais rapidamente, qual o gargalo da produção que está interferindo no resultado.
Se isso é feito enquanto a atividade está acontecendo, atitudes estratégicas de correção podem ser realizadas e mudar o resultado da operação, deixando-o mais próximo do ideal mesmo enfrentando contratempos — muito melhor do que contabilizar prejuízos ao final é poder corrigi-los durante a operação!
Aprimorando o acompanhamento dos resultados
O acompanhamento da execução das atividades, entretanto, encontra um entrave na coleta das informações no campo.
Formulários preenchidos com papel e caneta, folhas perdidas, transcrição e análise dessas informações, além de muito retrabalho, podem barrar e dificultar a transformação dos dados do campo em conhecimento aplicado na empresa.
A tecnologia, no entanto, veio para auxiliar nessa questão e facilitar toda a coleta de dados.
Quanto a isso, apontar as atividades enquanto estão sendo realizadas no campo e visualizá-las logo em seguida no escritório, já com informações interpretadas e indicadores da atividade, é realidade para muitos produtores e empresas que estão na vanguarda e utilizam o e-Kersys!
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